segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Alimentação Completar







Perdi a conta de quantas vezes e em que distintas situações , com o objetivo de acolher e amenizar as tensões, disse aos pais:
" UM...
            DOIS...
                         TRÊS...



RES  PI  RA...

                             ...É SÓ UM BEBÊ !!!

Junto com a frase acima, a promessa de criar um programa de auto-ajuda para pais. Claro que não tenho a fórmula mágica para fazer de mães e pais um modelo de sucesso absoluto de crítica e público, mas me empenho diariamente em encontrar equações para colaborar com as conquistas.

Reitero a cada consulta, a cada encontro, que o desenvolvimento precisa recuar para tomar impulso para o próximo salto, mas é pouco. Muitas vezes vejo pais e mães novamente a beira do abismo porque algo estacionou ou mudou de uma semana para outra.

Todo esse preâmbulo pala falar de um assunto, dos mais importantes e delicados: a introdução de alimentos complementares. Esperado ansiosamente por uns e tão temido por outros. Fato é que se trata de assunto central no cuidado com a vida humana. da nutrição dependemos para viver, pensar, sentir, crescer, respirar e até para sonhar.

Se pensarmos no melhor dos mundos, temos um bebê se aproximando dos seis meses de vida, que está em aleitamento materno exclusivo (AME). Vamos considerar a vida como ela é e pode ser, desde bebês que nunca mamaram peito, até aqueles que estão em AME.

Desde sempre, um bebê só pode ser comparado a ele mesmo e não será diferente nesse momento! Há muitas variações sobre o mesmo tema e pretendo passear um pouco sobre o tema daqui para frente!

Tem de tudo nessa rua, de opinião de avó, de irmã, de vizinho, do porteiro, do nutricionista da academia, da cuidadora da escola, da professora e claro, dos pediatras. Coloquei pediatras, porque a essa altura da nossa  convivência eu já falei mais de uma vez que não existem dois discursos exatamente iguais, podem ser super alinhados, mais idênticos nunca!
Voltando ao melhor dos mundos ou a como a vida pode ser, em um país onde é quase um crime você querer cuidar bem e integralmente do seu filho, temos mães nas mais distintas situações e com muita frequência voltando ao trabalho nessa fase! Muitas vezes tendo que se separar do seu bebê pela primeira vez! Independentemente de qual será a acomodação da rotina, se o bebê vai para o berçário, se ficará com a babá, se ficará com a avó , com o pai, com a própria mãe ou quaisquer outras variáveis, a mudança é um fato!!

Há algum tempo atras o Ministério da Saúde  lançou uma publicação muito bem cuidada sobre o tema e que vem subsidiando as políticas públicas e os profissionais. Segue o link:


http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad23.pdf


Mesmo com inúmeras publicações e uma avalanche de informações sobre o tema nos mais diversos formatos, é na relação, coisa de dois, que esse assunto se desenvolve- quaisquer dois!!

Isto posto, vou falar do meu lugar, da minha relação entre dois ( eu-mãe, eu- avó, eu-bebê, eu-escola, eu-fonoaudióloga, etc). quem me acompanha, ou é por mim acompanhado sabe que de tempos em tempos venho mudando tudo na hora de introduzir alimentos complementares. O que talvez venha a ser uma surpresa para alguns é o fato de eu ter saído de uma condição de pediatra alopata pouco invasiva para a condição de pediatra que ampliou a sua prática pela Antroposofia, sim, venho me construindo nos últimos anos como pediatra antroposófica!! Exatamente desse lugar falarei, sob a luz da Antroposofia e com todas as influências da minha biografia, pois sou mãe de três filhos e pediatra há mais de 20 anos!!
Um post não substitui o acompanhamento desse processo tão delicado, mas pode ajudar quem está totalmente no escuro.



Considerando que o bebê esteja recebendo apenas leite e
a depender da prontidão do bebê faremos a transição mais rápida ou mais lentamente.
O bebê senta sozinho?
Tem dentes?

Um comentário:

  1. Não tive pressa de que minha filha começasse sua alimentacão complementar. Antes de engravidar, me programei para trabalhar em casa, de forma que não precisasse me sentir pressionada por uma licença maternidade. Quando Stella completou 6 meses, já estava com 2 dentes. O olhar de curiosidade dela com a nossa comida era inegável, e até então ela só havia bebido leite materno. "Como podia estar tão curiosa?" eu me perguntava, mas dentro de mim alguma coisa já dizia "Ela quer, ela está pronta".
    Eu sempre vou lembrar a festa que ela fez quando provou a papa de banana que oferecemos para ela: espanto, surpresa e alegria!!! Desde então come muito bem, ainda não rejeitou um alimento se quer.
    Essa é minha única experiência, com minha única filha... Mas me fez acreditar que, quando eles estão prontos, os sinais são escandalosos.
    Hoje em dia, ela come frutas (não cítricas) e muitos vegetais. Ainda assim, sinto a "pressão social" para dar "caldinho de feijão, músculo batido na sopa, lentilha" e muitas outras receitas bizarras, porque afinal, "tem ferro!!"
    E dentre todas as coisas que venho aprendendo com minha filha, cito as duas importantíssimas: ter paciência com essas pessoas, e ter "audição seletiva".

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