quinta-feira, 27 de dezembro de 2012



Sem a pretensão de que seja uma grande teoria, apresento aqui meu olhar sobre os encontros entre pais e filhos.


Por que Clinica Matryoshka?

Porque não jogamos absolutamente nada de quem fomos fora!

Quando vejo alguém, tenho acesso ao que está hoje, a quem se apresenta agora, mas a menos que eu ouça a vida dessa pessoa e somente se eu observar cada camada que compõe a sua história, não conhecerei mais do que essa fotografia. Assim são as Matryoshkas, só sabemos quantas são ao abrir.

Quando chega um bebê na vida de alguém, no melhor dos mundos, receberá uma história, uma senha de pertencimento, carinho, cuidados, amor e muita gentileza da vida. Tudo certo nessa cena. Mudando um pouco a iluminação e prestando um pouquinho mais de atenção na interação entre a mãe e o seu bebê, vamos perceber que o verdadeiro encontro se dá entre o bebê que acabou de chegar e o bebê que essa mãe foi. O mesmo acontece com o pai.

No encontro com o bebê vem à tona, porém não à consciência, a maneira como fomos cuidados, ninados, consolados...

É bastante comum que mães e pais que tenham tido pais amorosos e continentes, quando bebês, tenham mais facilidade para serem continentes com o seu recém-nascido. Essa dinâmica se repetirá ao longo de toda a nossa vida, nas mais distintas fases de convivência entre pais , filhos e a humanidade.

Apenas um alerta para aqueles adultos que sabidamente não foram acolhidos ou não receberam continência na infância e mesmo para aqueles que mesmo desconhecendo sua história inicial sintam que receberam pouco :
"nossa história, portanto a nossa existência, começa a ser construída antes da nossa chegada, por aqueles que nos antecederam e será por cada um revisada, reeditada e modificada por toda a  nossa vida. Relação é sempre coisa de dois. "

O filho é a outra parte e imprescindível para que cada um dos pais se torne uma pessoa melhor e pinte, sonhe, crie uma " matryoshka" maior, mais bem acabada e mais bonita para a vida...
( É a oportunidade, não a garantia!!!)

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* Ouvindo Na volta que o mundo dá , Vicente Barreto e Paulo César Pinheiro, na voz maravilhosa da Mônica Salmaso ( recomendo fortemente!)