segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Voltei para um convite!!

Por que demorei tanto?
Porque estava procurando o caminho e andei por muitas paragens!!
Por que eu voltei?
Porque estava com saudades de um encontro mais demorado, porque só se faz convite de perto e eu tenho um convite!!
Nós não somos convidados aqui, somos criadores. Nós criamos nossas próprias vidas, nós criamos nosso próprio mundo. Mas antes de criarmos nosso mundo, devemos imaginar o mundo que queremos!” Muhammad Yunus

Sim, nós devemos imaginar o mundo que queremos!! Essas palavras do Yunus, Prêmio Nobel da Paz em 2006, são inspiradoras e muito desafiadoras, pois são apenas o início, o primeiro passo. Após imaginarmos em detalhes o mundo que realmente queremos, devemos registrar no papel, escrevendo, corrigindo e reescrevendo até que esteja suficientemente bom e nós estejamos satisfeitos. Agora que nosso plano de mundo está pronto, devemos pregá-lo em lugar visível e imediatamente começar a trabalhar para criá-lo, sem descanso, sem licenças, trégua ou desculpas. 

O convite que faço é para mudar o mundo, com o pouco ou o muito que temos gerência para fazer e com todo o amor que pudermos empreender. 

Dia 08 de dezembro de 2018, a Clínica Matryoshka estará aberta para receber toda sorte de pessoas sonhadoras, construtoras, operárias desse mundo que queremos, operadoras da mudança para quem já chegou e para quem está para chegar. 

As infâncias merecem uma oportunidade justa para existirem em plenitude e alegria . 

OFICINAS DE CRIAÇÃO DE MUNDOS - 08/12/2018

O QUE É UMA CRIANÇA - 14h00
Oficina de bonecos de feltro 
* crianças menores de 7 anos precisam da companhia de um adulto 

TUDO BEM SER DIFERENTE - 16h00
Oficina para a produção de dedoches

PLANTE SEMENTES DE PAZ - 17h00
Oficina de pintura em mini vaso de cerâmica e jardinagem


Para mais informações sobre o evento, entrar em contato por e-mail em: oficinas.matryoshka@gmail.com

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Desembarque

Frequento a plataforma de chegadas há aproximadamente 25 anos e tenho sido muito  presente, assídua e festiva nos últimos anos. Encontros, reencontros, desencontros... Tudo junto, cada coisa em seu lugar! É tudo sempre novo, é tudo sempre fresco e sempre há a intensa promessa de que o mundo pode ser muito melhor. Podíamos estar em um parque, em uma praça, em um café, na sua casa, na minha casa, no meu consultório, mas era preciso sobretudo estar, para essa conversa, para esse começo, para esse desembarcar nesse novo começo, confiem... divirtam-se!!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

De quem é o colo afinal?



"Quem casa quer casa, quem nasce quer colo!!" 
  por mim mesma

Desde sempre, em todas as culturas crianças foram cuidadas e carregadas, nem sempre pela mãe, mas por alguém que por amor ou por função deveria fazê-lo e fez!
Não carregar um bebê é submetê-lo a um frio que ele não pode suportar ou pelo menos não pode suportar sem um custo.
Não é novo o que proponho! Carregar o bebê perto do corpo, no calor e na maciez do humano, ao som do coração, no ritmo da respiração, no balanço do caminhar, é quase fisiológico.
Em algum momento a medicina higienista resolveu que as crianças deveriam ser apartadas, aprender a dormir sozinhas, não deveriam ser mimadas, deveriam ser deixadas a chorar para aprender, não deveriam mais ir ao colo!
Sim, um bebê  deixado a chorar aprende, aprende que não tem com quem contar!!
De alguns poucos anos para cá, vejo engrossar uma corrente  que acredita no colo e no calor para que um ser humano se desenvolva em toda a sua potencialidade, sou dessa turma, melhor declarar logo aos desavisados!
Resolvemos um problema e criamos outros... Como pode uma mulher passar o dia com a sua cria nos braços? E a casa? E os outros filhos? E o resto da vida (  existe vida além da maternidade e simultaneamente!)?
Criativos que somos encontramos soluções  e lá vem a mulherada com os seus filhotes amarrados ao corpo e com as mãos livres!! São muitos os carregadores de bebês usados por distintas culturas, o principio é sempre mesmo, perto do corpo, em uma posição segura e confortável.
Criativos que somos, inventamos moda e necessidades!! Hoje temos uma infinidade de produtos confeccionados em modelos e materiais distintos. São tantas possibilidades, tantas opiniões e tanta vontade de acertar que muitas mães estão confusas e seus bebês estão engessados em protocolos sobre como serem carregados e sem colo!
“De quem é o colo afinal?”  é uma pergunta de resposta simples, o colo é de quem se relaciona, aqui no caso da mãe e do bebê, do pai e do bebê, da avó, do primo, da madrinha, do irmão , da vizinha, enfim, do cuidador e do bebê, sempre do bebê!!
Em tempos estranhos, quando existe um excesso de consultores sobre qualquer assunto e há quem se venda como consultor/ especialista em criação com apego, sugiro que devamos, no mínimo, prestar atenção com um profundo respeito e foco nos verdadeiros interessados ou no maior interessado de todos, o bebê.
Slingada com Rosangela Alves


Um carregador de bebê  é mais do que um item do enxoval, é um objeto que se presta a mediar uma relação. Devemos pesquisar aquele que melhor atende às nossas necessidades e que não prejudique a saúde nem do “carregador” nem do “carregado” e nos informarmos sobre a melhor forma de utilizar cada modelo, incluindo sobre a melhor posição e a indicação de faixa etária.
O mercado está aí e tem de tudo, muitas vezes também fico deslumbrada e confusa com tantas lindezas e tantas novidades. Como sou frequentemente consultada sobre o tema, vou até onde o meu conhecimento técnico pode me levar e na sequência  indico as pessoas que me orientam e com quem aprendo sempre : a doce e maravilhosa Tatiana Tardioli  da Dança Materna e a gentil e cuidadosíssima Rosangela Alves da  Sampa Sling!

Em tempo, isso não é propaganda, é indicação mesmo, de gente séria, gentil e que sabe o que está fazendo! Podemos chamar de parceria para mudar o mundo se preferirem!!
Dança Materna com Tatiana Tardioli

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Enxoval


Faz parte dos preparativos para a chegada do bebê providenciar espaço e conforto, afinal, não pode faltar nada! Nessa maratona para adequar o mundo para quem chega, os adultos se esmeram em providenciar itens que melhorem e facilitem a vida!
Se por um lado vemos um esforço enorme, de um número cada vez maior de famílias, nadando contra a corrente para conseguirem um nascimento natural, respeitoso, seguro e confortável por outro vemos a contínua ebulição de novas necessidades.
Em tempos de novas velhas práticas, quando está cada vez mais frequente viajar para comprar, comprar e comprar coisinhas para o bebê, tenho sido, sistematicamente a portadora da notícia: " Isso não serve para nada!" e vejo pais desfilarem uma série de explicações e justificativas que esbarram em um redondo " pena que eu não sabia, gastei dinheiro a toa!!", vou tentar inverter essa lógica...
Pode parecer ainda distante, mas acreditem, não está! Vivemos um tempo de infância medicalizada, controlada, que nem sempre pode se expressar e que precisa cada vez mais consumir as novas necessidades em detrimento da alegria e do livre brincar. O seu bebê ainda nem nasceu e pasme, você está totalmente implicado no rumo dessa prosa.
Bebês precisam de colo e calor, precisam de leite materno, alimentação saudável, precisam de cuidado amoroso, precisam de "risos, risos, risos pra festejar"! Precisam de presença, precisam de pertencimento, precisam de boas histórias...
Considerando sinceramente que vocês querem acertar, ao preparar a relação das providências : POR FAVOR, EXCLUAM OS MEDICAMENTOS DA LISTA!!
Nada de comprar um carregamento de pomadas que nada tem de diferente das nacionais, incluindo a falta de necessidade de uso na pele saudável do bebê e toda sorte de remedinhos para cólica, para o sono, para náuseas, para a nossa impotência diante da vida própria do bebê que chega, para o nosso enorme abismo frente ao desconhecido, para inaugurar irreversivelmente a medicalização da infância.
Boas compras!!!

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Os Incríveis dois anos






Clara e Jorge, incríveis!!!


Plagiando o irmão de uma amiga querida:
“ Se eu pudesse, teria um filho de dois anos, todo ano”


Os bebês nascem cem por cento dependentes e assim permanecerão por muito e muito tempo...
No início há um estranhamento em relação a essa nova situação em que bebê e mãe viram quase um outro ser, tudo junto e misturado. Com mais ou menos resistência os dias seguem nessa nova formatação, nessa nova ordem.
Aleitamento materno, muito colo, cama separada ou compartilhada, criação com apego e “subitamente” o bebê  começa a fazer suas incursões exploratórias no mundo que o cerca. Sustenta a cabeça, acompanha sons e objetos, acha a mão, vira e não desvira, fica bravo, vira e fica, vira e desvira, se arrasta, fica em pé com apoio, senta sozinho, enfim engatinha e anda. Isso tudo sem falar nas longas conversas em um dialeto próprio que começa bem cedo a ser construído. O que dizer então daquele olhinho comprido e apaixonado e as gargalhadas ?? Puro encantamento recheado com algum cansaço, algumas crises existenciais e claro, algumas noites sem dormir, mas puro encantamento!!
Novo “subitamente” e já há muito o que explorar fora dos limites do colo e do abraço, o mundo passa a existir como estímulo e tudo, absolutamente tudo chama a atenção do pequeno ser humano!! Ficar em pé, sair andando, conquistar terras distantes!! Apontar, pedir, ter seu dialeto compreendido, ser atendido, comunicar-se cada vez com mais clareza...
Tudo corre dentro do esperado, ele vai ficando cada vez mais autônomo, inclusive para brincar... Parece que está bem próxima a alforria e tudo continua bem... Alimentação saudável, sono melhorando ou noites incríveis já rolando, passeios, brincadeiras mais e mais divertidas.
Quando tudo parecia estar nos eixos e os adultos começam a acreditar que sua vida voltou ao normal, o pequeno ser humano que até aqui se autodenominava “ A LAURINHA”, “ O BEBÊ”,  “ O GRANDÃO”, “ A PRINCESA”  diz “ EU” !!!
Ao dizer “EU” a criança inaugura publicamente e na sua relação com o mundo, a sua individualidade e tudo aquilo que até então eram semelhanças – a braveza da avó Maria, a esperteza do tio João, a concentração da mamãe, a teimosia do papai, as covinha do irmão mais velho – é totalmente absorvido e tomado para si. Há uma apropriação manifesta do que estava fora e características são identificadas  e expostas como sendo da própria criança.
Tudo lindo, exceto pelo fato de que há necessidade, daqui para frente de considerar o pequeno ou a pequena como um ser de vontades, de escolhas. A decisão e a responsabilidade pelo cuidado continua sendo do adulto, mas agora se manifesta um ser que muitas vezes, no seu caminho de reconhecimento e exploração do mundo nos confronta!!
Uma criança de aproximadamente 30 meses, consegue comunicar com clareza o seu deslumbramento e as suas frustrações, tem energia, ultrapassa ou tenta ultrapassar os limites físicos, ambientais e emocionais, explora e discrimina objetos, partes do corpo e o seu uso. Ampliando os seus domínios pode tentar escalar a escada por fora da rede de proteção por exemplo, pode querer ilustrar as paredes com um pouco de cor, pode esvaziar o armário para guardar os brinquedos ou para se esconder, dentre tantas outras aventuras do cotidiano...
Pessoalmente, sinto uma profunda devoção por essa fase da vida em eu me descubro um indivíduo, consigo discriminar o que não sou eu (nem sempre com a elegância esperada). A maturidade emocional chega depois, bem depois, muitas vezes deixando um abismo entre o que  já posso executar, o que  quero e o que  sinto. Nessa fase as declarações de amor tão apreciadas pelos adultos dividem o mesmo espaço que as birras, tudo intenso e transbordante.
Decidi começar essa conversa porque, para além do meu horror a siglas ou rótulos que surgem e passam a ser reproduzidos sem nenhum critério por verdadeiros papagaios- tenho testemunhado alguns casos de muita dor e de um profundo despreparo de algumas famílias para lidarem com o crescimento, o desenvolvimento e a individuação dos seus pequenos.
Colocar em um pacote com a etiqueta “ terrible two”  as nossas expectativas em relação ao comportamento dos nossos filhos, enquanto estamos frustrados e impotentes frente a esse exército chamado “EU”, nos paralisa!!
Nova fase, novos desafios, novas conquistas, novas recompensas. Deixar crescer é preciso!!
 O ser humano está aqui para aprender e para se desenvolver desde a sua primeira e até a sua última respiração, temos tempo!!
Na dúvida: gentileza!!! SEMPREEEEEE!




terça-feira, 22 de julho de 2014

Campanha de promoção e proteção da humanidade!

As férias estão acabando e minha atenção continua grudada nas formas de cuidar. Fico impressionada com o tanto de adultos de diferentes nacionalidades agredindo fisicamente seus filhos menores de três anos, publicamente! Fico sempre revoltada com a nossa incapacidade de realmente ajudar, porque mesmo quando nos intrometemos e saímos na defesa da criança, não garantimos nada!!! Imagino sempre o tamanho da certeza de impunidade do adulto, o quanto a vulnerabilidade dessas crianças é levada ao extremo, visto que quem deveria proteger quebra totalmente a segurança.
Quanto tempo levaremos para assumirmos as dificuldades pessoais e coletivas em relação à nossa impotência diante de algumas situações, nossa imensa falta de modelo!! Sim, falta de modelo, pois a maioria dos pais de hoje sofreu alguma violência na infância. Tapa, tapinha, tabefe, beliscão, belisquinho, "puxãozinho" de cabelo, olhar petrificante, gritos, bronca pública,etc.
Tenho de maternidade exatamente o mesmo tempo que tenho de pediatria e vivi e vivo as voltas com essas questões, seja porque segurei a mão de um filho com um pouco mais de força, seja porque alterei a voz, seja porque me neguei a dizer alguma coisa, seja porque o meu olhar era capaz de fazer nevar no Rio de Janeiro, seja porque sinto não conseguir ajudar algumas crianças com a rapidez necessária para fazer cessar os desmandos dos cuidadores e trazê-los  a razão de um outro caminho…
Porque criança precisa de calor, beleza e amor para se desenvolver, está lançada a campanha de proteção à criança , ajuda aos responsáveis que estão tentando fazer melhor do que viveram na sua infância e enfrentamento da violência doméstica. Uma campanha de promoção e proteção da humanidade:

Na dúvida: gentileza!

 Se você sentir que está falhando, procure ajuda! Teremos roda de conversa na Clínica Matryoshka a partir da última semana de agosto.